Crítica: A Menina Que Roubava Livros
Crítica Feita por Netinho Ribeiro
Preparem-se
leitores e cinéfilos ávidos, pois eis aqui a crítica de um dos melhores filmes
do ano, adaptado de um dos melhores livros que já li em toda a minha vida.
Lançado nos Estados Unidos em novembro do ano passado (2013), o romance A Menina Que Roubava Livros só está
sendo lançado no Brasil no final de janeiro de 2014. E é claro que o Random World desceu as colinas só para
assistir esse filme!
No
livro/filme, em tempos da Segunda Guerra Mundial, conhecemos a vida Liesel
Meminger (Sophie Nélisse), uma menina de 11 anos que é abandonada pela mãe, que
não tem condições de cria-la. Liesel logo é dada aos cuidados do casal alemão
Rosa e Hans Hubermann (Emily Watson e Geoffrey Rush), na pequena cidade de
Molching. Enquanto Liesel se adapta ao lugar, uma grande amizade vai crescendo
entre ela e Hans, do mesmo jeito com seu vizinho Rudy (Nico Liersch) e com a
esposa do prefeito, Ilsa (Barbara Auer).
Eu estava simplesmente eufórico para
assistir o filme. O livro é uma experiência magnífica e pelo jeito que as
coisas iam andando, o filme seria também. E adivinha? O filme ficou perfeito.
Perfeito. Nada mais além. Tudo está perfeito. E ponto. Não há nada mais para
discutir.
Os pontos de produção mais relevantes no
filme são: A rústica trilha sonora de John Williams que acompanha divinamente o filme nas horas certas: A fotografia belíssima de
Florian Ballhaus que consegue deixar o filme mais magnífico do que já é, com um cenário invernal bastante realístico; O roteiro excepcionalmente adaptado por Michael Petroni, que graças a
Deus, não mudou muita coisa no filme – depois do que a Fox fez com a franquia
de Percy Jackson, eu não confio
mais; E a direção magnífica de Brian Percival, que soube conduzir o filme como
se fosse sua vida.
E agora o elenco: imaginem uma plateia com milhares e bilhares de pessoas de pé aplaudindo Sophie Nélisse. Por que é isso que ela merece. A menina, apesar de novata, sabe atuar mais do que certos atores do alto escalão de Hollywood. Sophie dá um espetáculo de atuação e se mostra acima do nível no ramo do cinema. A cada cena, a atriz vai se destacando cada vez mais em sua atuação. Com certeza, esse filme irá abrir portas para ela.
Geoffrey Rush e Emily Watson também nos dão ótimas atuações, principalmente Emily. Ela conseguiu interpretar Rosa como ninguém conseguiria. A antipatia e aflição da mulher - verdadeiros chamatrizes da personagem - estão presentes em Emily e isso deixou todos os fãs do livro – e isso me inclui – satisfeitos. Já Geoffrey não teve muito espaço no filme (apesar do personagem dele ser bastante importante no livro). Não estou comparando livro/filme, até por que Hans é bem caracterizado no filme, porém, Geoffrey é um ator "top" de Hollywood - do tipo que já recebeu várias indicações ao Oscar e Globo de Ouro - e acho que o roteiro não deu o espaço suficiente para o ator mostrar seu talento.E exatamente com a ajuda de todos esses "departamentos", cenas maravilhosas foram criadas no filme. Até por que, a cena em que Liesel e Rudy estão na ponte não seria a mesma coisa sem a fotografia. O funeral do irmão de Liesel não seria a mesma coisa sem a trilha sonora. E o filme não prestaria se Sophie Nélisse não estivesse nele, minha gente!
A única coisa que não apreciei no filme foi o final corrido. Novamente, não estou fazendo comparações, mas no livro, no final, Liesel tem uma emocionante despedida dos pais e de seu melhor amigo, Rudy. Porém, no filme, somente Rosa e Rudy conseguem ter esse privilégio. E Hans, o personagem mais importante na vida da menina acaba sendo um mero figurante. Então, Bial.... Eu voto no final por falta de afinidade.
Enfim, apesar de algumas críticas necessárias, o que eu realmente quero dizer é que A Menina Que Roubava Livros é sem dúvidas, um dos melhores filmes do ano! Recomendo muito aqueles que acham que filmes, para serem bons, tem que ter efeitos especiais totalmente fúteis. Esse filme tem uma história rica em detalhes, atuações fantásticas e... vamos ser dramáticos: algumas lágrimas podem rolar nos mais sensíveis.