Crítica: Carrie - A Estranha
Crítica feita por Netinho Ribeiro
Francamente, quem nunca ouviu falar em Carrie: A Estranha, só pode viver em uma
caverna. Aliás, quem nunca assistiu a um de seus filmes na televisão? Pois é, o
clássico livro escrito pelo mestre do terror, Sr. Stephen King, ganhou uma nova
repaginação contando a história da estranha adolescente que é humilhada na
frente de toda escola, durante o baile de formatura.
Para quem não sabe (no caso, poucos), Carrie White (interpretada nesta versão por Chloe Grace Moretz, Kick Ass 2) é uma adolescente que é diariamente humilhada por Chris (Portia Doubleday, Rebeldes Sem Causa) na escola. Sua mãe Margaret (Julianne Moore, Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1) é uma fanática religiosa que também sempre pune a filha em casa. Aos poucos, Carrie descobre que tem poderes paranormais, e que infelizmente irão se desencadear após uma trágica humilhação, levando destruição e morte.
Esse filme era, sem dúvidas, um dos
filmes de terror mais esperados do ano (na lista há também o remake de A Morte do Demônio). A
diretora, Kimberly Peirce (que dirigiu o aclamado filme de 1999, Meninos Não Choram) prometeu um filme
fiel ao livro e ao mesmo tempo, inovador, com um final totalmente diferente.
Bom, as decepções começam por aí.
O dito “final diferente” do filme acabou
sendo cortado na edição final, dando lugar ao velho final feito por King. O que
significa que o único ponto de originalidade que o remake poderia ter foi
cortado. Mas, caso vocês queiram ver o final alternativo, terão que esperar para
sair em DVD.
Tudo que Peirce foi desgastar a história do filme, trazendo novos assuntos e abandonando-os em prol da história original. Toda a razão do roteiro acontecer era que Carrie não tinha nenhum controle de seus poderes tele cinéticos, o que causou grande
parte da destruição em massa no final do filme. Já a Carrie deste filme começa
a aprender a controlar os poderes. Então, constate por você mesmo o resultado.
Em todas as adaptações da obra de Stephen King, todos sabem que o ápice da história é o acidente no baile. A cena do original já virou clássica. Porém, nesse filme, apesar da cena ter sido bem feita, ficou muito curta. E a diferença entre o original para esse foi que, no original, Carrie fica praticamente hipnotizada enquanto seus poderes agem por si só. Nesse filme, Carrie sente o verdadeiro gosto da vingança. Nisso, a cena do baile se diferenciou. Apesar de ser por pouco tempo, ver Carrie controlando todo o fogo e os cabos de energia com um sorriso perverso no rosto teve um grande impacto no filme, e a Chloe interpretou perfeitamente a Carrie nessa parte.
Chloe Moretz, apesar de ser uma ótima atriz, foi uma péssima escolha para o papel de Carrie. Compare a atriz Sissi Spacek, que fez a Carrie original, com a Chloe. Sissi é simples e convenhamos, não é muito bonita - o que contribuiu para a construção do papel. Já Chloe não sabe diferenciar as emoções de Carrie, e nos dá uma atuação bastante desgastada de Carrie.
Julianne Moore é uma grande atriz e todos sabiam que ela iria reinar no papel de Margaret. Sua atuação perturbada e
ofegante nos entrega uma Margaret digna de Oscar. Porém, se o filme tivesse
sido trabalhado melhor, Julianne poderia ter tido espaço para uma atuação
perfeita.
Há também Gabrielle Wilde, que interpreta
Sue, a menina que pede ao namorado para acompanhar Carrie no baile. Apesar de
não ser uma ótima atriz, Gabrielle consegue se segurar no seu personagem,
porém, sua atuação não faz muita diferença. Assim como a de Ansel Elgort (o
“Gus” de A Culpa é das Estrelas),
que faz Tommy, o namorado de Sue. Mas, quem merece Framboesa de Ouro é Portia
Doubleday, que faz a vilã do filme, Chris. A atuação dela é medíocre e ponto.
Por fim, não posso dizer que odiei o novo
Carrie. Mas também, não posso dizer que adorei, pois apesar de ser um filme no minimo "assistível", Carrie poderia ter sido
melhor se não fosse pela confusão mais que dramática da diretora com o roteiro
do filme. Porém, tem seus méritos de refilmagem, podendo entreter durante a
projeção do longa, mas nada demais, se encontrando inferior ao original de
Brian DePalma.